O corpo de Benjamin Franklin

Em 1728, aos na casa dos anos, Benjamin Franklin preparou uma inscrição para seu túmulo, poema que hoje está “imortalizado” no Independence Hall, na Filadélfia:

Auto-epitáfio de um Editor

Aqui jaz, alimento para vermes,
O corpo de
B. Franklin,
Editor,
Tal como capa de alfarrábio
De páginas devastadas,
Despojada de letras e adornos.
Mas a obra não foi totalmente perdida:
Como ele acreditava, mais uma vez ressurgirá,
Em nova e aperfeiçoada edição,
Corrigida e ampliada,
Pelo autor.

As traduções de Jézio Hernani Bomfim Gutierre para esse e outros textos podem ser vistas na coletânea Como escolher amantes e outros escritos, com apresentação biográfica de R. Jackson Wilson (EdUnesp, 2006)

Foto: Rupert Azarcon

Benjamin Franklin’s Epitaph wrote by himself

The Body of Benjamin Franklin, printer
(Like the cover of an old book,
Its contents worn out,
And stripped of its lettering and gilding)
Lies here, food for worms.
Yet the work itself shall not be lost,
For it will, as he believed, appear once more.
In a new
And more beautiful edition,
Corrected and amended,
By its Author.

Epitaph on the grave of Benjamin Franklin, located just in sight of Independence Hall, written by himself.

Poética da evolução

Hermes Trismegisto (nome grego dado ao deus egípcio Thoth, considerado o inventor da escrita e de todas as ciências a ela ligadas, inclusive a medicina) já ensinava que:

“a pedra se converte em planta;
a planta em animal;
o animal em homem, em Espírito;
o Espírito em Deus.”

E o ensinamento hinduísta, que remonta a milhares de anos, tem a sua versão poética da evolução:

“a alma dorme na pedra,
sonha na planta,
agita-se no animal
e desperta no homem.”

Os 13 princípios de Benjamin Franklin

Benjamin Franklin – estadista e escritor norte-americano, inventor do pára-raios.
(Boston 17/01/1706-Filadélfia 17/04/1779)

Escreveu em sua auto-biografia como conseguiu superar muitas de suas imperfeições morais. Imaginou um método simples, porém tão prático, que qualquer pessoa poderia empregá-lo. Franklin escolheu treze princípios que julgava ser necessário ou desejável aprender e procurar praticar. Escreveu-os em pequenos pedaços de cartolina, com breve resumo do assunto, e dedicou uma semana da mais rigorosa atenção a cada um desses princípios separadamente. Desse modo, pode percorrer a lista toda em treze semanas, e repetir o processo quatro vezes por ano.

Os 13 princípios de Benjamin Franklin

1. Temperança – Não coma até o embotamento; não beba até a exaltação;

2. Silêncio – Não fale sem proveito para os outros ou para si mesmo; evite a conversação fútil;

3. Ordem – Tenha um lugar para cada coisa; que cada parte do trabalho tenha seu tempo certo;

4. Resolução – Resolva executar aquilo que deve; execute sem falta o que resolve;

5. Frugalidade – Não faça despesa sem proveito para os outros ou para si mesmo; ou seja, nada desperdice;

6. Diligência – Não perca tempo; esteja sempre ocupado em algo útil; dispense toda atividade desnecessária;

7. Sinceridade – Não use de artifícios enganosos; pense de maneira reta e justa e, quando falar, fale de acordo;

8. Justiça – A ninguém prejudique por mau juízo, ou pela omissão de benefícios que são dever.

9. Moderação – Evite extremos; não nutra ressentimentos por injúrias recebidas tanto quanto julga que o merecem;

10. Asseio – Não tolere falta de asseio no corpo, no vesturário, ou na habitação;

11. Tranquilidade – Não se perturbe por coisas triviais, acidentes comuns ou inevitáveis;

12. Castidade – Evite a prática sexual sem ser para a saúde, ou para a procriação; nunca chegue ao abuso que o enfraqueça, nem prejudique a reputação de outrem;

13. Humildade – Imite a Jesus e a Sócrates.

O auto-conhecimento seja por esse ou outro método qualquer não é um caminho fácil. Não existe caminho fácil. Mas é um caminho seguro.

Tabernáculos eternos

“Também vos digo: Granjeai amigos com as riquezas da injustiça, para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos.” – Jesus. (Lucas, 16:9.)

Um homem despercebido das obrigações espirituais julgará encontrar nesta passagem um ladrão inteligente comprando o favor de advogados venais, de modo a reintegrar-se nos títulos honrosos da convenção humana. Todavia, quando Jesus fala em amigos, refere-se a irmãos sinceros e devotados, e, quando menciona as riquezas da injustiça, inclui o passado total da criatura, com todas as lições dolorosas que o caracterizam. Assim também, quando se reporta aos tabernáculos eternos, não os localiza em paços celestiais.
O Mestre situou o tabernáculo sagrado no coração do homem.

Mais que ninguém, o Salvador identificava-nos as imperfeições e, evidenciando imensa piedade ante as deficiências que nos assinalam o espírito, proferiu as divinas palavras que nos servem ao estudo.

Conhecendo-nos os desvios, asseverou, em síntese, que devemos aproveitar os bens transitórios, ao alcance de nossas mãos, mobilizando-os na fraternidade legítima para que, esquecendo os crimes e ódios de outro tempo, nos façamos irmãos abnegados uns dos outros.

Valorizemos, desse modo, a nossa permanência nos serviços da Terra, na condição de encarnados ou desencarnados, favorecendo, por todos os recursos ao nosso dispor, a própria melhoria e a elevação dos nossos semelhantes, agindo na direção da luz e amando sempre, porquanto, dentro dessas normas de solidariedade sublime, poderemos contar com a dedicação de amigos fiéis que, na qualidade de discípulos mais dedicados e enobrecidos que nós, nos auxiliarão efetivamente, acolhendo-nos em seus corações, convertidos em tabernáculos do Senhor, ajudando-nos não só a obter novas oportunidades de reajustamento e santificação, mas também endossando perante Jesus as nossas promessas e aspirações, diante da vida superior.

Francisco Cândido Xavier
Pão Nosso
2º livro da Coleção “Fonte Viva”
(Interpretação dos Textos Evangélicos)
Ditado pelo Espírito Emmanuel

Mensagem lida na reunião do SACDSS no domingo, 24 de outubro de 2010

A cura através do trabalho no bem

Amigo, você está procurando a cura?

Qual é a sua enfermidade? A dor que sentes é moléstia no corpo ou na alma? O que mais te aflige? É a perda de um ser querido ou um problema familiar? Um membro da família que está enfermo? Um filho ou uma filha enveredou pelos caminhos da droga, dos vícios, ou do crime? Ou mesmo você que se desviou da meta e caiu no escândalo da infidelidade conjugal e não tem paz de consciência, pois, não quer falar a verdade, porque não está em condições de superar um não ou de deixar de fazer o que fere e agride a sua consciência?

Veja esta verdade no Evangelho de Jesus: “ninguém pode servir a Deus e a Mamom”, pois ao servir a dois senhores ao mesmo tempo, agrada-se a um e desagrada-se o outro. O que se torna escândalo aos olhos de Deus e da própria consciência do ser, é o fato de este conhecer a verdade, saber distinguir o certo do errado, mas insistir em continuar errando. Ouça a voz do seu coração que pede clemência, piedade para contigo mesmo.

Retirado do site da Sociedade Espírita João Nunes Maia, de Teresina, Piauí, que com a graça de Deus receberá a ajuda e o carinho dos membros da SACDSS neste Natal.

Elogios

“Mas ele disse: Antes, bem-aventurados os que ouvem a palavra de Deus e a guardam.” – (Lucas, 11:28.)

Dirigira-se Jesus à multidão, com o enorme poder do seu amor, conquistando geral atenção.
Mal terminara as observações amorosas e sábias, eis que uma senhora se levanta no seio da turba e, magnetizada pela sua expressão de espiritualidade sublime, reporta-se, em alta voz, às bem-aventuranças que deviam caber a Maria, por haver contribuído na vinda do Salvador à face da Terra. Mas, prestamente, na perfeita compreensão das conseqüências infelizes que poderiam advir da atitude impensada, responde o Mestre que, antes de tudo, serão bem-aventurados os que ouvem a revelação de Deus e lhe praticam os ensinamentos, observando-lhe os princípios.
A passagem constitui esclarecimento vivo para que não se amorteça, entre os discípulos sinceros, a campanha contra o elogio pessoal, veneno das obras mais santas a sufocar-lhes propósitos e esperanças.
Se admiras algum companheiro que se categoriza a teus olhos por trabalhador fiel do bem, não o perturbes com palavras, das quais o mundo tem abusado muitas vezes, construindo frases superficiais, no perigoso festim da lisonja. Ajuda-o, com boa-vontade e entendimento, na execução do ministério que lhe compete, sem te esqueceres de que, acima de todas as bem-aventuranças, brilham os divinos dons daqueles que ouvem a Palavra do Senhor, colocando-a em prática.

Francisco Cândido Xavier
Pão Nosso
2º livro da Coleção “Fonte Viva”
(Interpretação dos Textos Evangélicos)
Ditado pelo Espírito Emmanuel

Mensagem lida na Reunião do Comitê Executivo do SACDSS em 4 de setembro de 2010

Estudos gratuitos em áudio do Nosso Lar

O Fórum Espírita está dando início a um Estudo sobre o livro NOSSO LAR, que incluirá também apreciações sobre o filme a ser lançado agora em setembro, nos cinemas brasileiros.

Nestes estudos, online e gratuitos, você poderá ouvir a leitura dramatizada do livro de André Luiz. A mini série Nosso Lar, uma iniciativa do escritor Paiva Netto, é uma adaptação, para o rádio, do livro de mesmo título, psicografado pelo saudoso Legionário da Boa Vontade Francisco Cândido Xavier (1910-2002).

Veja uma sinopse do livro aqui, e para acompanhar os estudos, acesse esse tópico. Aproveite para conhecer o site Fórum Espírita, que acaba de ser totalmente renovado e conta com vários recursos para aprendizado do espiritismo, incluindo vídeo, áudio, palestras, mensagens de meditação.

Clique aqui para assinar a newsletter do forum com um resumo diário das atividades e ganhar um audiobook gratuito de O Livro dos Espíritos em áudio.

Olimpíadas especiais

(Autor desconhecido)

Nas olimpíadas especiais de Seattle, nove participantes, todos com deficiência mental ou física, alinharam-se para a largada da corrida dos cem metros rasos. Ao sinal todos partiram, não exatamente em disparada, mas com vontade de dar o melhor de si, terminar a corrida e ganhar.

Enquanto todas corriam, um garoto tropeçou no asfalto, caiu rolando, e começou a chorar. Os outros oito ouviram o choro. Diminuíram o passo e olharam para trás. Então viram o que aconteceu com o colega e voltaram. Todos eles. Uma das meninas, portadora de síndrome de Down, ajoelhou-se, deu um beijo no garoto e lhe disse: “pronto, agora vai sarar”. E todos os nove competidores deram os braços e andaram juntos até a linha de chegada.

O estádio inteiro se levantou e os aplausos duraram muitos minutos. E as pessoas que estavam lá, naquele dia, continuam repetindo essa historia até hoje. E por quê? Porque, lá no fundo, nós sabemos que o que importa mesmo não é ganhar sozinho. O que importa nesta vida é ajudar os outros a vencer, mesmo que isso signifique diminuir o passo e mudar o curso.

Nesses dias de pressas e atropelos, quando cada um quer chegar em primeiro lugar na corrida para o sucesso, vale a pena fazer uma pausa para pensar onde queremos chegar. Refletir sobre a recompensa que nos aguarda ao final da escalada. Pensar se valerá a pena receber um prêmio pelo esforço individual, se, para chegar lá passamos por cima daqueles que estavam no chão, ou daqueles que nós mesmos derrubamos.

O desejo de vencer é nobre, desde que o acompanhe o sentimento de fraternidade, de solidariedade. Como diz o cancioneiro popular, “é impossível ser feliz sozinho”. Se formos o vencedor, para que a nossa vitória tenha sabor, é preciso que a compartilhemos, no mínimo, com uma pessoa. Senão a vitória não tem sentido.

Por tudo isso, façamos das nossas lutas diárias uma olimpíada tão especial tanto quanto aquela de Seattle. Se por ventura percebermos que alguém caiu, detenhamos o passo, e, se for preciso, voltemos para estender-lhe a mão e ajudá-lo a levantar-se. Afinal de contas, não sabemos se logo mais não seremos nós que estaremos no chão esperando que alguém ouça os nossos soluços de dor e pare para nos ajudar a levantar e retomar o passo.

Nine Athletes

Some time ago, at the Seattle Olympics, nine athletes, all mentally or physically challenged, were standing on the start line for the 100 m race.
The gun fired and the race began. Not everyone was running, but everyone wanted to participate and win.They ran in threes, a boy tripped and fell, did a few somersaults and started crying.
The other eight heard him crying.
They slowed down and looked behind them.
They stopped and came back… All of them…
A girl with Down’s Syndrome sat down next to him, hugged him and asked, “Feeling better now?”
Then, all nine walked shoulder to shoulder to the finish line.
The whole crowd stood up and applauded. And the applause lasted a very long time…
People who witnessed this still talk about it.
Why?
Because deep down inside us, we all know that the most important thing in life is much more than winning for ourselves.
The most important thing in this life is to help others to win. Even if that means slowing down and changing our own race.

(Unknown author)

(Mensagem lida na reunião de 8 de agosto de 2010 na reunião do SACDSS)

Multa de 500 mil réis por ser espírita em 1890

Você sabia que o Espiritismo era considerado crime de acordo com o Código Penal de 1890, punido com até 6 meses de prisão e ainda multa de até 500 mil réis (US$ 270 pelo câmbio de 1890)? Ainda segundo o G1, muitos espíritas foram processados no Brasil por ‘atentar contra a saúde pública’, embora o Brasil já houvesse reconhecido o direito de livre manifestação religiosa – o problema é que naquela época, o espiritismo ainda não era considerado uma religião:

“Praticar o espiritismo, a magia e seus sortilegios, usar de talismans e cartomancias para despertar sentimentos de odio ou amor, inculcar cura de molestias curaveis ou incuraveis, emfim, para fascinar e subjugar a credulidade publica [art. 157, na grafia da época]” era crime punível com “prisão cellular por um a seis mezes e multa de 100$000 a 500$000 [100 mil a 500 mil réis]”.

A reportagem tem como base as conclusões de Célia da Graça Arribas em sua dissertação de mestrado –“Afinal, espiritismo é religião? – A doutrina espírita na formação da diversidade religiosa brasileira” – defendida na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP em 2008. Você pode baixar o estudo na íntegra em pdf no site da USP.