São cinco as obras básicas da codificação espírita, publicadas entre 1857 e 1868, na França, pelo pedagogo Hippolyte León Denizard Rivail, sob o pseudônimo de Allan Kardec. Quatro dos cinco livros básicos são desdobramentos do primeiro de todos, o Livro do Espírito, e o pentateuco responde a perguntas essenciais: Quem sou? De onde eu vim? O que sinto? Por que sofro? Para onde vou?
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Veja abaixo uma pequena introdução, por ordem de publicação, desse ‘Pentateuco Kardequiano’ que, sendo o nosso farol, continua leitura diária ainda nos dias de hoje.
O Livro dos Espíritos
Lançado em 1857, O Livro dos Espíritos é a obra que deu início a codificação efetuada por Allan Kardec. Ele consta de uma introdução, um Prolegômenos, uma coleção de 1.018 perguntas formuladas por Kardec e suas respectivas respostas – inteligentes, objetivas e intelectualizadas – dadas pelo Espírito da Verdade. Ao final, temos a conclusão de autoria do espírito de Santo Agostinho.
O Livro dos Espíritos lança luz sobre a existência humana com explicações lógicas para os variados questionamentos do homem, até então sem resposta: imortalidade da alma, a natureza dos Espíritos e suas relações com os homens, as leis morais, a vida presente, a vida futura e o porvir da humanidade (segundo o ensinamento dos Espíritos superiores, através de diversos médiuns, recebidos e ordenados por Allan Kardec).
Ele resume toda a Doutrina Espírita, e é de seus desdobramentos que derivam todos os outros quatro livros: a seção As Causas Primárias originou A Gênese; O Mundo Espírita ou dos Espíritos é desdobrado no Livro dos Médiuns, As Leis Morais são a fonte do Evangelho Segundo o Espíritismo, e as Esperanças e Consolações são melhor explicadas em O Céu e o Inferno.
O Livro dos Médiuns
Publicado em 1861, O Livro dos Médiuns é um estudo analítico das diversas modalidades de comunicação estabelecidas entre homens e espíritos, com os ensinamentos especiais dos espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o mundo invisível, o desenvolvimento da mediunidade e as dificuldades que se podem encontrar na prática mediúnica.
O Evangelho Segundo o Espiritismo
Lançado em 1864,o Evangelho Segundo o Espiritismo é o nosso livro de todos os dias e a base do Evangelho no Lar. Ele lança luz sob as máximas morais do Cristo em concordância com o Espiritismo e suas aplicações às diversas circunstâncias da vida, o que faz do Evangelho, dentre as cinco obras fundamentais do Espiritismo, aquela que dá maior enfoque a questões éticas e comportamentais do ser humano.
Esse ensinamentos foram extraídos dos texto existentes no Novo Testamento, que são os informes dos Evangelistas, Mateus, Marcos, Lucas e João. Traz, ainda, um estudo sobre o papel de precursores do cristianismo e do espiritismo que teria sido desempenhado por Sócrates e Platão, analisando diversas passagens legadas por estes filófosos que demonstrariam claramente essa condição. O último capítulo é a uma coletânea de orações que servem de inspiração para nossas próprias preces para os diversos momentos de nossas vidas.
“Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da Humanidade.” (Allan Kardec)
O Céu e o Inferno
O Céu e o Inferno, editado em 1865, trata da justiça divina segundo o Espiritismo. São estudados nele o porvir e o nada, o temor da morte, e explicados o que são o céu, o inferno e o purgatório, os anjos e os os demônios na luz do espiritismo. Aprofundando a visão sobre a vida ápos a morte, o livro mostra o significado do arrependimento e as consequências espirituais dos atos cometidos durante a vida física. Apresenta também relatos de Espíritos que encontram-se felizes ou infelizes após a morte física, nos quais estes narram as impressões que trazem do além-túmulo, e de como se deu o processo de desencarne para pessoas de diferentes tipos de caráter.
A Gênese
Publicado em janeiro de 1868, A Gênese aborda o estudo de três pontos: a Gênese, os Milagres e as Predições à luz dos fenômenos espíritas, com destaque para os temas: caráter da revelação Espirita, existência de Deus, origem do bem e do mal, destruição dos seres vivos uns pelos outros, assim como várias explicações sobre as leis naturais, a criação e a vida no Universo e a formação da Terra.
A Gênese explica os vários “milagres” contidos nos Evangelhos, no sentido teológico e na interpretação espírita: O cego de Betsaida, os dez leprosos, o cego de nascença, o paralítico da piscina, Lázaro, Jesus caminhando sobre as águas, A multiplicação dos pães e outros. Também encontramos nele explicações para o dilúvio bíblico e os cataclismos futuros. No final, o livro apresenta um capítulo intitulado “São chegados os tempos”, no qual aborda a marcha progressiva da Terra, no campo físico e moral, impulsionada pela Lei do Progresso.
Estes são nossos livros de cabeceira, companheiros de viagem e acalentadores de todas as horas. Nestas obras estão os princípios codificados por Allan Kardec que nós, Espíritas, devemos seguir rigorosamente. Estudar as obras básicas é melhor alicerçar nossos fundamentos doutrinários.
Além dos cinco livros acima, Kardec escreveu também: O que é o Espiritismo (1859); O Espiritismo em sua Expressão Mais Simples (1862); Viagem Espírita (1862); Obras Póstumas (1890); Revista Espírita, uma publicação mensal (1858).